Vivências

Sucintamente, conte sua vivência Epicurista. Uma história, um pensamento seu, ou marque um encontro com os amigos. Visite sempre o Jardim.

9 comentários:

  1. No ano passado participei como bolsista de um Projeto de Pesquisa sobre o Ensino de Filosofia, a experiência foi realmente incrível, gostaria de relatar o envolvimento dos alunos de uma 5ª serie: Os alunos demonstraram muito interesse nos assuntos e conteúdos da disciplina de filosofia, e quando se consegue realizar atividades e exemplifiquem os conceitos filosóficos na pratica os alunos e envolvem mesmo. Por exemplo, em uma aula onde o tema era a corrente filosófica epicurista, saímos de dentro da sala de aula e fomos caminhar pelos jardins da escola, então sentamos no chão e começamos a conversar, e os próprios alunos de deram de conta que a aula e a prática que estava sendo realizada eram ligadas aos costumes epicuristas, então começamos a discutir valores e modos de se aproveitar as coisas que a natureza mesmo nos oferece. Foi uma aula muito produtiva e fora dos padrões de sala de aula, com cadernos e lição no quadro, com uma folha fomos apenas escrevendo em tópicos as mais diversas coisas que podemos aproveitar sem ter que comprar, como falar um eu te amo, olhar um por do sol,dar uma abraço em um amigo, ajudar na cozinha. Quem tiver interesse tem as fotos publicadas no site http://pensandonasruas.blogspot.com/2008/09/atividades-no-giuseppe-bugatti-montagem.html

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  2. Morei numa casa pra lá de humilde quando cheguei aqui, e fiquei lá por 6 meses. Entendi que as pessoas boas vão onde você está, e por você - não pelo lugar. Grandes banquetes foram feitos com um pedaço de queijo, uma barra de chocolate e um pouco de david bowie - além da insuperável "Pils". Mas o duro de uma experiência como esta é saber que, no final, eu poderia sair de lá, um dia, enquanto a maior parte do mundo continua vivendo assim. Isso pode tornar alguém melhor, como talvez não possa. Há que acreditar na mudança, pois.

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  3. Noite perdida no passado, outono. Em SP, onde isso ocorreu, dias são quentes, noites, frias. Solidão pegando firme, eu de moto. Passo por uma rua e vejo uma porta semi-aberta, um cara na porta. Um cara estranho, pelos padrões da época. Voltei e parei, estacionando a moto. Fui até o cara, perguntando o que acontecia ali. "Entra e veja voce mesmo", disse o cara me olhando de cima a baixo. Entrei e pronto, estava mergulhado numa experiência totalmente nova e que não apenas marcou, mas deu sentido ao "viver" em si mesmo. Casa noturna, com personagens igualmente noturnos, soturnos. Som que demorei muito prá identificar - Bauhaus tocando Adrenalin. Sentei num canto de um lounge, só bebendo e olhando, tentando entender onde eu tinha entrado. Talvez duas horas, sózinho, sendo observado e uma "criatura" se aproxima. Toda estilosa, agressivamente linda. Sentou-se ao lado, tomou minhas mãos e começou a conversar... lance investigativo, hoje eu sei. Do lounge fui docemente levado até uma mesa, onde figuras igualmente bonitas, estilosas e... noturnas... debatiam assuntos loucos... razão, racionalismo, prazer, pessimismo. Me flagrei num determinado momento, discorrendo sobre... o teatro da vida. E pasmo, me percebi dentro de uma cena. Conforme comento aqui, sinto meu corpo sendo invadido, ainda, pelo prazer daquela noite de outono vivida então. Talvez minha primeira experiência confessadamente prazerosa e completa. Experiência que comprovou a validade de ser receptivo ao novo, ao desconhecido. E renovo isso em meus dias, noites, horas, minutos e segundos de vida. Como agora mesmo, lendo ou comentando aqui... descubro nesse ato simples um prazer fantástico de ser vivido. Ainda mais com Namnambulu invadindo meus sentidos com Forgiving... traz prá perto não apenas o prazer, mas a lembrança das boas amizades e dá sentido em permanecer nesse rumo de aquisições. Sem espaço prá mais nada.

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  4. opa... corrigindo um erro: o som do Bauhaus era "She's in Parties e não Adrenalin.

    Coisas de idade... vamos trocando nomes.
    ...

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  5. Ímpeto e desapego

    Arriscando o espírito, experimentando a vida
    Brincando com fogo, fingindo conhecê-lo bem
    Falso mestre, sapiência obscura, um grande ator
    Má companhia, exposto ao julgamento
    Destruidor de mundos, matador de gigantes
    Da sagrada e sangrenta mediocridade
    Ímpeto! Fúria! Cinzas! Desapego...
    Deixando o rio fluir entre as mãos calejadas
    Saboreando a angústia, despedaçando verdades
    Um espírito livre dançando diante do abismo
    Rindo dos mestres que não aprenderam a rir de si mesmos
    Vivendo com furiosa leveza, sempre entre dois pontos
    Enquanto as palavras ornamentam as máscaras
    Os desejos rasgam o véu e dilaceram a carne...
    (Dudek, E.)

    Esse poema é o relato das minhas vivências, é a espera por uma tempestade das grandes, talvez a maior...

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Um momento marcante Epicurista em minha vida começa em uma discussão entre eu e dois amigos. Discutíamos sobre o que iríamos fazer durante o final de semana, lembrando sempre que estávamos sem grana para comprar qualquer tipo de felicidade comercial.
    Quando menos esperávamos, um dos meus amigos recebe uma "encarnação Epicurista" e diz: "Quem disse que precisamos de grana para nos divertir". E logo da a idéia de fazer um acampamento com coisas que já tínhamos em mãos, sem mais precisar nada comprar.
    Convidamos mais alguns amigos, e entre os que aceitaram a proposta somavam-se agora sete pessoas. Foi muito curioso o fato de que apenas mais quatro amigos aceitaram, e que por algum motivo estes eram justamente os que eu menos esperava a aceitação, e deles tinha menos proximidade.
    Reunimos o que levaríamos. Como não compraríamos nada levamos o que cada um conseguiu em casa. Tínhamos barracas e um violão. Levamos algumas maças, legumes e verduras. Uma das duas garotas que participou conseguiu dois litros de vinho colonial com seu pai.
    O acampamento seria feito a alguns quilômetros de onde morávamos. Todos morávamos no bairro Santa Rosa em Porto União, e dali a alguns quilômetros, entre 9 e 12km tem um bom lugar com um linda cachoeira. Fomos caminhando, decidimos ir pelo antigo e inativo trilho de trem. Passamos por dois túneis construídos sobre os trilhos, a paisagem era simples e linda. Passamos o dia sentado em frente a cachoeira conversando sobre diversas coisas; vida, morte, música, família, planos futuros. Sempre bebendo e racionando o vinho que tínhamos. A noite fizemos uma fogueira onde sentados ao seu redor assamos maças, cebolas e cozinhamos alguns legumes e o sabor de tais coisas simples nunca foram tão agradáveis para mim como naquele momento. Cantamos durante a noite ao som do violão, e neste momento eu sentia um extraordinário sentimento de felicidade, de amizade, proximidade, e intimidade com aquelas pessoas. Ainda antes de dormir conversava-mos sobre tudo que aconteceu durante o dia, sobre como todos estávamos felizes e sobre como é fácil conseguir felicidade nas coisas simples, estando ao lado de verdadeiros amigos.

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  8. Vivências epicuristas. Bom, não sou muito a favor de vincular vivências muito recentes. Mas preciso e farei isso, aqui.

    Semana passa mesmo, quarta-feira e já na quinta-feira. Em ambas as vezes por um mesmo motivo: industrialização cultural. Ou, como eu insisto em chamar, massificação cultural. Ou, radicalizando, dominio do mainstream sobre as massas.

    Claro, fica a pergunta... e onde tem epicurismo nisso? E respondo com prazer total:

    - TUDO.

    Gostoso, por exemplo, perceber que um assunto desse nível e porte seja lançado num primeiro ano de um curso de Filosofia. Onde todos iniciantes nas questões da vida e, portanto, do filosofar, se apercebem que diante dos sentidos existe algo que age e não nos é percebido facilmente.

    Eu mesmo senti prazer, conforme fazia uma atividade em aula de Sociologia. Na noite seguinte pude ser brindado com uma palestra magnífica sobre esta questão.

    Certamente meu passado assim... anormal, de viver e pensar, sempre faz questionar meus próprios posicionamentos e atitudes dentro do meio social. Por certo não sou o que é esperado e, por resultado disso, tudo se preenche de forma igualmente anormal diante do social que vivo diariamente. Bobagem? Não, não considero assim.

    Mas o prazer epicurista reside em perceber que não fui reacionário ou rebelde. Não fui simplesmente um adolescente revoltadinho e causador... rsrsrsrsrsrs. Pude me permitir simplesmente e livremente, pensar. E, pensando, cheguei num tempo passado em respostas que hoje são colocadas diante de mim como "aula".

    Prazer, delicioso, imenso, indescritível esse... viver uma aula e não apenas assistí-la. Faz arrepiar. Faz tomar vulto o lance de "estar vivo". Faz empurrar prá frente sem medo do solo que nos é oferecido prá nos apoiar.

    É isso. Algo bobo, porém, prazeroso. Lembrando, igualmente, que descobrir que não sou o único louco neste universo... mas ter a certeza de que neste universo os loucos sim lhe dão efeito. Ou causa? Ou ambos? Ou nenhum? Ou apenas pensam e postam por aqui... ahahahahahahahahahahahahaha

    abs.

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  9. Já passei por uma situação de ter fome e comer o que tinha, sim o que tinha matou minha fome, mesmo não sendo exatamente o que eu desejava comer naquele momento. Pensamos como Epicuro... a comida que tinha naquele momento saciou minha fome, isso é o que importa! Hoje, posso escolher o que quero comer e satisfaço meu desejo, porém, me sacia da mesma forma que qualquer outro tipo de comida. Depois que comecei a ler epicuro me atinei a isso, posso ter "prazer" naquela hora que como o que tenho vontade, isso me faz sempre ter desejos novos, e quando não é possível de realizar tais desejos vem a frustração! Epicuro nos mostra como seria mais fácil evitar tais frustrações... desejando apenas o que já possuimos!

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